quinta-feira, 31 de maio de 2018

Feira do livro - Autores nacionais


No domingo passado foi dia dos autores portugueses. Finalmente conheci dois dos novos autores, dos nossos contemporâneos com mais qualidade e talento: A Carla M. Soares e o Nuno Nepomuceno.
A Carla é uma autora de romances que considero bastante promissora, pois ainda tem uma carreira relativamente recente. O seu primeiro romance foi publicado em E-book em 2014 pela Coolbooks e o mais recente, é deste ano, e tem a chancela da nova editora Cultura. Para quem tiver interessado pode ler a minha opinião sobre o seu mais recente livro aqui.
Foi, pois, com bastante agrado que finalmente pude conhecer a Carla, falar sobre os seus, e sobre livros em geral. Um começo de tarde bastante auspicioso.


De seguida, e nas minhas deambulações pela Feira, acabei por reencontrar o meu professor e também um grande escritor da nossa praça o Couto Nogueira, que já não via há anos. Pena não ter sabido que ele lá estava pois teria levado o seu último livro para ele me autografar. Fui ainda à Porto Editora cumprimentar o João Pedro Marques e pedir-lhe que me autografasse um dos seus livros, talvez o único que ainda, e não sei como, não tinha autografado. Quem ainda não leio nada destes senhores é favor fazê-lo, pois, com temas diferentes e estilos diferentes, são dois nomes que toda a gente deveria conhecer.








De regresso à Cultura Editora encontro o Nuno Nepomuceno. Confesso que me falta ler a sua trilogia inicial, mas os dois livros que li dele, A Célula Adormecida e Pecados Santos (ver opinião aqui), são em tudo livros que nada ficam a dever aos melhores policiais e thrillers que nos vêm do estrangeiro. Para além de toda a sua capacidade e qualidade de escrita o Nuno é um autor supersimpático e que demostra, nas suas atitudes e na sua forma de se relacionar com os seus leitores, um respeito e uma humildade que já nos surpreende. 



Para finalizar uma tarde fantástica nada melhor do que juntar um grupo de mulheres apenas e só para falar sobre o que leram e compraram nesta Feira do Livro de Lisboa.

Agora é esperar pelo próximo fim de semana e as surpresas (agradáveis) que daí poderão vir.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Feira do livro - Autores estrangeiros


A Feira do Livro de Lisboa é sempre um tempo bastante agradável do ano. É um tempo de encontros, reencontros e comunhões que vão para além dos livros.

Este ano, e este fim de semana não foi exceção. No sábado de manhã houve um encontro com Megan Maxwell, uma autora de quem gosto muito, dentro do erótico, de nacionalidade espanhola. Megan é a imagem da ideia que nós tempos das mulheres do país vizinho. Alegre, divertida, provocadora, sem papas na língua e sem conseguir entender (quase) uma palavra do que se diz em português. No entanto, nunca vacilou, sendo sempre uma ‘guerreira’ junto das suas ‘guerreiras’ como se autora e leitoras criassem um clã (perdoem-me, mas havia muitos poucos homens presentes no encontro). Depois foi de uma generosidade profunda, assinando todos os livros que lhe pediram, e acreditam houve quem levasse muitos, sempre com uma alegria contagiante. Por fim, obrigada à editora que sorteou uns livros, possibilitando que o prazer se prolongasse para além da sessão.


Mas, à tarde, houve mais. Houve Sarah Baelder e os seus livros policiais. A autora dinamarquesa, sem ser tão efusiva, foi também ela uma simpatia. Elogiando o local onde a Feira do Livro é realizada no nosso país (para nós já está esquecido esse aspeto, por isso é sempre bom que nos recordem), contou a sua história, como se tornou autora, depois de ter sido jornalistas e sendo a dona da primeira editora especializada em livros policiais. Foi muito interessante perceber o percurso de criação criativa, a recolha dos elementos e depois a própria escrita. E mais uma vez ficou patente que escrever é um trabalho, claro que dá prazer (mas não deveriam todos os empregos ter a componente do prazer associada?), mas requer investigação consulta, estudo, informação, antes de se conseguir passar para o papel aquilo que se queria.




E por fim os encontros com pessoas que já conhecia, que apenas conhecia virtualmente, ou mesmo que não conhecia, mas que tornaram o meu sábado mais rico e certamente o convívio me tornará numa melhor pessoa. A riqueza da descoberta de outras obras, ouros gostos, outros mundos, apenas nos pode tornar melhor. Foi um prazer (re)ver caras que, mesmo que não tenham consciência disso, fazem parte do meu dia a dia. Bem hajam pela forma simpática e afável como me acolheram.



O domingo? Parte dois. Fiquem atentos. Esse foi dedicado só aos autores portugueses.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Nada é por acaso de Maria Roma

Opinião: Como eu tinha saudades de Maria Roma. Esta autora (pseudónimo de Maria José Freitas do Amaral) acompanha-me desde que começou a publicar os seus romances. E em todos eles tenho uma sensação de plenitude. Este não foi exceção.
Esta é uma narrativa contada a várias vozes, de pessoas que podendo, ou não, ser da mesma família, se querem bem, de deixaram de amar, ou descobriram outros amores. Acaba por contar a história de uma família, com as suas qualidades e imperfeições, os seus afetos e desapegos, as suas conquistas e as suas derrotas. Maria Roma tem sempre um conjunto de personagens que nos sendo desconhecidos acabam por ser os nossos vizinhos, os nossos amigos, ou até, em alguns momentos nós mesmos. A realidade e a vida do dia a dia, em momentos chave, tornam as personagens da autora em pessoas comuns, que nos cativam e encantam. A vida destas personagens é feita de acontecimentos banais, mas que para quem os vive são importantes e decisivos para a sua vida. No fundo a vida de todos nós, os leitores, que acabamos por tornar nossa a história que o autor criou.
Neste romance parte-se de uma perda (quem não perdeu já alguém que amou?) que desencadeia um conjunto de acontecimentos e de situações que vão transformar as vidas destas personalidades num caos. Desta confusão vai acabar por nascer uma nova ordem e, em muitos casos, uma nova felicidade, uma nova realidade. Para criar ainda um maior encantamento o romance passa-se, em terras de Itália, onde a beleza deste país fica bem marcada. A descrição dos lugares, quer sejam mais campestres ou mais citadinos, dão colorido a um romance brilhante.
A esta explanação vamos juntar uma escrita clara, correta, onde a escolha das palavras é feita com uma sabedoria e um sentimento que transbordam para o leitor.
Assim sendo, aconselho sem dúvidas este romance, e fico, desde já, a aguardar uma nova história, um novo encanto vindo da pena de Maria Roma.

Sinopse: Nada É Por Acaso é um romance sobre o amor, a paixão, o desamor ou os encontros fortuitos, intensos e arrebatadores. Tal como o belo lago de Sirmione - em Itália, onde decorre a ação - que que muda bruscamente de uma calma plácida e de um calor intenso para uma tempestade arrasadora, também as personagens ganham força e solidez: numas prevalece a amizade, o amor intenso e a compaixão e noutras, o ciúme, a raiva, a inveja e até a vontade de prejudicar os outros de forma premeditada são tão naturais como respirar.
Mas Nada É Por Acaso é sobretudo uma história envolvente sobre a felicidade - perdida ou conquistada - em que o passado e o presente se entrelaçam num objectivo que todos, de formas diversas, anseiam alcançar.







segunda-feira, 21 de maio de 2018

Tudo por amor de Jodi Picoult

Opinião: Tudo por amor de Jodi Picoult é um livro que foi lido com um misto de sensações. Por um lado, é um livro muito duro sobre pedofilia, e o quanto o sistema judicial não responde às necessidades da família e da criança, por outro é um livro de afetos, de amor de mãe, mesmo quando esse é mal canalizado.
Nina é uma delegada do Ministério Público que tem como atividade principal acusar pedófilos. Nesta sua carreira ela toma contacto com as limitações do sistema e com o facto de nem sempre se conseguir fazer o que seria devido a favor da criança. Ela sabe que, por vezes, os agressores nem sempre são condenados, ou se o são, as penas acabam por ser bastante curtas face ao trauma infligido à vítima.
Nina tem consciência de que assim é e que, dificilmente, se conseguirá mudar o sistema. Mas eis senão quando, a vítima é o seu filho. E aí Nina deixa de ser advogada e passa a ser mãe, com um conhecimento profundo do que a espera a ela e a Nathaniel, o seu filho de cinco anos.
Como mãe a racionalidade e a frieza desaparecem e toda a sua atuação e ação fica ligada às emoções o que a leva a considerar que a justiça terá de ser feita por si mesma, pelas suas mãos.
Claro de Jodi, sem tribunal não é Jodi e aí apercebemo-nos da dificuldade que a sociedade tem de separar a advogada da mãe e da que, ela própria, tem de se deixar defender por outros, acabando por não o conseguir.
A juntar a isto temos um pai que oscila entre a vontade de proteger o filho, a justiça que acha que merece e reconhecer a sua mulher, uma leoa que contra tudo e contra todos, inclusive contra ela mesma, quer defender a sua criança, o ser que jurou proteger e não conseguiu.
Este é talvez um dos maiores pesadelos de quem tem filhos. Que alguém lhes faça mal e de uma maneira tão cruel e doentia. Mas a verdade é que Jodi não nos deixa esquecer isto, dando-nos ao mesmo tempo elementos narrativos e textuais de conversão, e de compaixão, que nos acabem por aquecer, nos momentos mais dramáticos.
Assim sendo, e apesar de tudo, é um livro que recomendo sem hesitações.
Este foi o último livro do projeto Um ano com Jodi. E acabámos com chave de ouro. Às meninas que organizaram o meu muito obrigada. Foi ótimo ler esta autora, mas fundamentalmente foram bastante enriquecedoras as partilhas de opinião entre os participantes o que nos permitiu refletir sobre ângulos que por vezes não estávamos despertos para observar. Fico, ansiosamente, à espera do próximo. Bem -hajam.

Sinopse: Nina Frost é delegada adjunta do Ministério Público, acusa pedófilos e todo o tipo de criminosos que destroem famílias. Nina ajuda os seus clientes a ultrapassar o pesadelo, garantindo que um sistema criminal com várias falhas mantenha os criminosos atrás das grades. Ela sabe que a melhor maneira de avançar através deste campo de batalha vezes sem conta, é ter compaixão, lutar afincadamente pela justiça e manter a distância emocional. Mas quando Nina e o marido descobrem que o seu filho de 5 anos foi vítima de abuso sexual, essa distância é impossível de manter e sente-se impotente perante um sistema legal ineficiente que conhece demasiado bem. De um dia para o outro o seu mundo desmorona-se e a linha que separa a vida pessoal da vida profissional desaparece. As respostas que Nina julgava ter já não são fáceis de encontrar. Tomada pela raiva e pela sede de vingança, lança-se num plano para fazer justiça pelas próprias mãos e que a pode levar a perder tudo aquilo por que sempre lutou. 


quinta-feira, 17 de maio de 2018

Destino: um novo começo de Katy Colins


     Opinião: O livro Destino: um novo começo de Katy Colins era um daqueles que estando na estante eu pegava, olhava e voltava a colocar na estante enquanto outro se metia à frente. Mas a verdade é que o livro sempre me atraiu. Talvez por causa da capa, porque na verdade esta era uma autora que eu não conhecia.
    Bom, mas lá saiu da estante e veio parar à minha mão. A leitura não foi imediata. Fui lendo, ao mesmo tempo que outros livros, pois a primeira metade achei algo aborrecida, tendo mesmo pensado que não o iria acabar. Parecia que o livro não desenvolvia. A história arrastava-se e as personagens eram, em algumas situações previsíveis demais. Mas passadas essas páginas, (demasiadas na minha opinião), o livro arranca cria balanço e torna-se interessante.
    A ida de Georgia, abandonada a poucos dias de casar, para a Tailândia, e a sua fuga para Koh Lanta muda a história e muda a vida da personagem, transformando um livro morno, num livro engraçado e divertido. Penso que a autora poderia ter desenvolvido mais as descrições sobre a Tailândia, o que só teria enriquecido a narrativa, e tornado o livro menos óbvio. Por outro lado, o início da viagem da jovem que quer alterar a sua vida e a sua forma de estar perante esta, faz com que nos tornemos um pouco duvidosos em relação à verosimilhança da história, pois nada “pode” correr tão mal, em tão pouco tempo.
    A escrita é clara, correta, sem grandes rasgos de genialidade, o que faz com que a leitura possa fluir não se tornando uma dificuldade na evolução do livro. No entanto há pormenores das descrições espaciais a menos, e descrições de acontecimentos irrelevantes para a evolução da narrativa a mais.
   Acabei por ler o livro todo, mas, confesso que não fiquei fã. Curiosa sobre outros livros? Sim, talvez. Mas terá de passar algum tempo, pois enquanto esta memória perdurar acho que não vou arriscar. Lamento afirmar isto, pois considero que a HarperCollins tem um catálogo bastante bom, mas Katy Colins não me conseguiu cativar.

    Sinopse: O que aconteceria se tivesses uma segunda oportunidade... Para te encontrares a ti mesma? Em vez de avançar para o altar rumo à felicidade nupcial, Georgia passou o seu grande dia a perguntar-se onde é que tinha errado. Forçada pela sua amiga Marie a fazer uma lista das suas novas metas na vida, ao fim de pouco tempo estava a fazer as malas para uma longa viagem à Tailândia.




segunda-feira, 14 de maio de 2018

Uma noite inesquecível de Julia Quinn


Opinião: Claro que saindo um livro de Julia Quinn eu tinha de o ler sem demora. E assim fiz. Mais uma vez esta autora me fez sorrir e amar as suas personagens. No entanto os livros que contam a história da família Bridgerton continuam a ter um lugar cativo nas minhas preferências literárias.
No entanto estes Smythe-Smith estão a começara a prender as minhas atenções. Neste segundo volume temos a história de Daniel Smythe-Smith que depois de ter sido obrigado a abandonar o país, por causa de uma ameaça de morte que a personagem leva a sério, regressa e encontra em casa da sua tia a jovem Anne Wynter perceptora das suas primas menores.
A atração é imediata dos dois lados, mas tudo os separa: a classe social a que cada um pertence, os segredos do passado de Anne e as tentativas das donzelas casadoiras e de suas mães em conseguir tão bem rapaz e partido, para genro.
A história é bastante divertida pois os jovens que vão, obviamente, apaixonar-se um pelo outro, usam as três crianças a cargo de Miss Wynter como desculpa para os encontros. Acontece que as pupilas são endiabradas e tentam, sem que lhes seja apresentada grande resistência, obrigá-los a executar as atividades que a elas mais prazer lhes dão. Para o leitor acaba por criar momentos muito divertidos e engraçados que nos fazem sorrir e mesmo rir enquanto lemos.
Assim sendo, a história vai desenrolando-se de uma forma divertida, mas, por outro lado, e simultaneamente, de uma forma dura pois a nossa Anne não esquece, nem o seu passado, nem acredita que para Daniel as diferenças sociais não sejam importantes no que ao amor diz respeito.
O afastamento dos dois e a aproximação final são também momentos muito bem descritos fugindo do banal e do espectável.
Este é pois mais um livro bastante agradável de uma autora que sabe, sem margem para duvidas, entusiasmar os seus leitores.

Sinopse: Ela pode não ser quem todos pensam que é…. Mas Anne Wynter não se tem dado mal no papel de precetora de três meninas da sociedade. Não deseja ser o centro das atenções e muito menos participar no horroroso concerto anual da família Smythe-Smith, mas não tem alternativa. E nem a música infernal ofusca a mágica troca de olhares com o conde de Winstead. E, embora saiba que não há lugar na sociedade para um romance entre uma precetora e um nobre, Anne é incapaz de se conter…. Ele pode correr perigo de morte… Mas não é isso que vai impedir Daniel Smythe-Smith de se apaixonar. Fascinado pela enigmática Anne, está determinado a conquistá-la, nem que isso implique passar os seus dias com uma menina de dez anos que julga ser um unicórnio. Mas Daniel tem um inimigo disposto a tudo para o matar… e quando a segurança da sua amada é comprometida, o conde tudo fará para garantir um final feliz para ambos. Pleno de romance (e de peripécias, claro!), o segundo volume da série Quarteto Smythe-Smith vai derreter o coração dos fãs de Julia Quinn.




quinta-feira, 10 de maio de 2018

Por trás dos seus olhos de Sarah Pinborough

       Opinião: Mais uma vez a minha amiga Vera Brandão me aconselhou a ler um thriller. De verdade, nem sei se será um thriller pois o livro é muito estranho, todo ele.
    Temos a história de três personagens, que supostamente seriam o clássico trio amoroso: duas mulheres e um homem. Adele é casada com David que inicia uma relação extraconjugal com Louise.
    Adele é a namorada de adolescência, por amor de quem David lutou pois, apesar de serem vizinhos, eram de classes sociais diferentes. Adele apresenta-se como a mulher perfeita, solitária que tenta criar relações de amizade com outras senhoras, nomeadamente com Louise.
    Esta última, por sua vez, é mãe solteira, sentindo solitária, sem autoestima, acabando por se tornar amiga de Adele, ao mesmo tempo que inicia uma relação com David.
   David está entre as duas mulheres. A atração que tenta vencer por Louise, ainda mais quando descobre que esta será a sua secretária no novo trabalho, contrapõe-se à vontade de salvar um amor perdido, desgastado por um passado e um presente sombrios e mal definidos.
    Inicialmente tudo parece, quase cliché, mas pouco a pouco percebemos que tirando a jovem mãe, e a interpretação que ela faz dos acontecimentos que lhe são apresentados, nada é aquilo que parece. Na verdade, conforme vamos lendo percebemos que o paranormal vai ter uma componente muito forte neste livro, mas, verdade seja dita, nunca pensei que seria tão forte e tão grande. O mais curioso é que a construção narrativa do livro, faz com que quase, atenção eu disse quase, consideremos o que não é natural, como algo evidente e, volto a acentuar, quase normal.
   O que torna este livro surpreendente é que não conseguimos parar de ler, mesmo quando se torna estranho sendo que o final é totalmente surpreendente, absolutamente inesperado. De facto, ainda não consegui encontrar ninguém que me dissesse que o final era aquele que aguardava. Se houver alguém que tenha uma ideia contrária a esta, faz o favor de dizer, e de me esclarecer quais os indícios que lhe deram tal ideia. O certo é que mal-acabei de ler o livro tive vontade de o reler para ver se conseguia encontrar tais pistas. Como não o fiz fico à espera das vossas indicações.
    Apraz-me, no entanto, afirmar que, e apesar de tudo, este é um livro que vale muito a pena ler. Mais que não seja pela novidade que traz a nível da construção.

    Sinopse: Louise Mãe solteira, fez do filho o seu mundo. Trabalha em part-time. Segue um quotidiano discreto e preso à rotina. Mas tudo muda quando numa rara saída à noite, conhece David num bar... não sabendo que se trata do seu novo chefe. Ambos sentem de imediato uma atração mútua.
     David É ainda jovem, bem-sucedido, encantador e dedicado à sua mulher. Louise nem consegue acreditar que um homem como David se sinta atraído por ela. e tudo se complica quando Louise conhece Adele, a mulher de David.
    Adele Bela, elegante, delicada. Perfeita em todos os aspetos. Um dia, conhece Louise, de quem se torna desde logo amiga.
    Fascinada por Adele e David - o casal ideal, aparentemente irrepreensível -, Louise acaba por se ir envolvendo na intrincada teia que é aquele casamento. E, a pouco e pouco, à medida que penetra cada vez mais nas suas vidas, começa a descobrir que há falhas entre eles... Será David realmente o homem que ela pensava conhecer bem? Será Adele tão frágil quanto aparenta? que segredos inquietantes e perigosos escondem eles? E até onde serão capazes de chegar para os esconder? Um thriller que se lê de um só fôlego, com um final surpreendentemente inesperado, e que reinventa com mestria o tradicional triângulo amoroso.
   Um bestseller internacional de excelente qualidade literária


segunda-feira, 7 de maio de 2018

O tempo das violetas de Sarah Jio

     Opinião: O tempo das violetas de Sarah Jio foi um livro que fui lendo entre outros. Não sou muito de ler mais do que um livro ao mesmo tempo, mas desta vez aconteceu. Quem ler isto poderá pensar que o livro não me cativou e por isso fui protelando a sua leitura. Nada mais falso. O livro é uma obra doce, serena, embora os acontecimentos sejam trágicos.
   O romance acaba por ter um romance dentro dele mesmo. Duas histórias, dois tempos, construção narrativa que é do meu agrado.
   Na verdade, o livro conta a história de Emily, escritora, que após um divórcio traumatizante e um bloqueio criativo, acaba por ir visitar a sua tia-avó, onde costumava passar as férias na infância, mas que já não visitava há anos. Aí descobre um diário de 1943 que lhe revela uma história de amor entre dois habitantes da ilha onde a sua tia Bee vive.
   A verdade é que ao mesmo tempo que a história avança Emily percebe que aquele desenvolvimento tem a ver consigo e com os antepassados da sua família. E este é mesmo o aspeto que mais me cativou: a construção narrativa.  O conjunto de coincidências, de acasos, e as semelhanças entre o passado e o presente fazem desta história uma leitura bastante agradável.
   Por outro lado, a forma de descrever as situações e a própria escrita cria uma doçura, um encanto, que mesmo nos momentos mais intensos e dramáticos conseguimos sentir a ternura subjacente. Baseado numa história de amor profunda, a autora consegue transmitir essa ternura e sedução.
   O tempo das violetas foi, pois, um livro que não sendo uma leitura rápida, vai deixar-me uma ternura a quando da recordação da mesma. É um livro que recomendo sem reservas para quem gosta deste tipo de literatura, mais doce, mas que ao mesmo tempo se pode tornar intensa.

Sinopse: Melhor Livro do Ano para o Library Journal
Entre violetas e um diário secreto, o amor pode renascer.
Aos 20 anos, Emily estava nos píncaros. Escritora de sucesso e casada com um homem de capa de revista, o futuro parecia-lhe auspicioso.
Dez anos depois, a sua sorte deu uma reviravolta. Desanimada por um súbito bloqueio criativo e a recuperar de um divórcio, Emily é convidada pela sua tia-avó Bee a passar um mês na idílica ilha de Bainbridge. Talvez o regresso às memórias da sua infância e o poder do mar sejam a cura perfeita para o seu coração partido.
Enquanto procura material para o próximo livro, Emily encontra um diário de 1943 que lhe revela a história trágica de uma das habitantes da ilha. A pouco e pouco, ela percebe que esta história está estranhamente ligada a si e que há um mistério à sua espera para ser desvendado… Um mistério que esperou décadas pela sua chegada.
Um romance sobre amores que resistem ao tempo, ao desgosto e à distância… mesmo quando tudo parece estar perdido.


quinta-feira, 3 de maio de 2018

Em troca de um coração de Jodi Picoult

     Opinião: Em troca de um coração da Jodi Picoult foi o livro do último mês no projeto que já referi várias vezes neste espaço. O livro é de 2007, com publicação em Portugal em 2008, mas só agora é que o li.
  A história está centrada em Shay um jovem condenado à morte pelo assassinato de Elizabeth, uma criança, e do seu padrasto um polícia bastante conceituado na cidade onde vivem. Onze anos depois Shay quer doar o seu coração à jovem Claire, meia irmã de Elizabeth, que sofre de uma insuficiência cardíaca muito acentuada.
   O problema coloca-se na forma de o executar (a injeção letal a que estava condenado não é viável) e à forma como June, a mãe viúva das duas jovens, poderá sentir-se ao decidir que a filha irá receber tal órgão.
  Como sempre a autora coloca-nos a ouvir várias vozes, várias opiniões e vários pontos de vista. O interessante é que nunca ouvimos o próprio Shav. Ou seja, a história deste homem é contada através daquilo que ele diz a um dos seus colegas de cela, ao seu conselheiro espiritual e à sua advogada. Todo o desenvolvimento da narrativa acaba por se enquadrar naquilo que estas personagens e June nos dizem sobre os factos e os acontecimentos.
   O enquadramento jurídico sobre a pena de morte, as informações sobre as diferentes religiões (embora por vezes se apresentem demasiado extensas) e a forma de as enquadrar no sistema jurídico e a organização da prisão, dão-nos a visão de um país que se esperaria mais moderno e mais democrático no início do século.
    Não foi, de todo, um dos livros que mais gostei da autora. Entusiasmou-me no início, mas, posteriormente, acabei por o achar arrastado e sem desenvolvimento. No último terço voltou a entusiasmar-me e o final foi, efetivamente, surpreendente.
    Assim sendo, para quem é fã de Jodi poderá lê-lo, para quem nunca leu ou não é grande fã acho que não será, de todo, o melhor livro para começar a conhecer esta autora.
    Quanto a mim já tenho em plena leitura aquele que será o último livro desta autora que lerei , dentro do projeto Um ano com Jodi.

    Sinopse: Shay foi condenado à morte por matar a pequena Elizabeth Nealon e o padrasto. Onze anos mais tarde, a irmã de Elizabeth, Claire, precisa de um transplante de coração e Shay, que vai ser executado, oferece-se como dador. Este último desejo do condenado complica o plano de execução, pois uma injecção letal inutilizaria o órgão. Entretanto, a mãe da criança moribunda debate-se com a questão de pôr de parte o ódio para aceitar o coração do homem que matou a sua filha. Picoult hipnotiza o leitor com uma história de redenção, justiça, e amor.
    Com uma sensibilidade literária invulgar, Jodi Picoult conduz uma vez mais o leitor a uma encruzilhada moral. Como é que uma mãe concilia a trágica perda de um filho com a oportunidade de salvar a alma de um homem que odeia?