Opinião: O
livro de fevereiro para o projeto da Jodi Picoult foi Memórias esquecidas.
Este
livro, que eu nunca tinha lido, não foi, de todo, dos que mais me entusiasmou.
Na verdade, acabou por ser uma história vulgar, que em alguns momentos se
arrasta demasiado.
Delia
uma jovem que foi criada pelo pai, já com uma filha do seu noivo advogado Eric,
um ex alcoólico, vive uma vida calma, rodeada por uma vila rural onde a família
é bastante respeitada. A este núcleo mias próximo devemos acrescentar Fitz,
jornalista de profissão, e amigo de infância de Delia e Eric, e um eterno e
calado apaixonado pela jovem, silenciado pelo seu sentido de honra em relação
aos amigos.
Como
sempre nos livros de Jodi todas estas vozes se fazem ouvir e dizem, ao leitor,
de sua justiça. O livro altera-se quando Andrew, o pai de Delia, é preso por
rapto da filha quando esta tinha quatro anos. E a história, a partir desse
momento muda, pois todos eles têm formas diferentes de ver e interpretar o
passado, o presente e o futuro.
Delia
questiona a sua própria identidade, Andrew tenta justificar o rapto e o segredo
mantido todos estes anos, Eric tenta lutar contra os seus fantasmas do passado,
ciente que a defesa do sogro lhe pode custar o casamento que planeava e Fitz
tenta conjugar o apoio aos amigos, com a paixão por Delia e a sua profissão de
jornalista enviado para acompanhar o julgamento de Andrew.
O
certo é que o livro tinha tudo para dar certo, mas acaba por ser um pouco
arrastado e sem dinâmica o que torna, em alguns passos, a leitura quase
aborrecida.
As
descrições dos locais, dos sentimentos e das interações acabam por ser o mais
interessante do livro, embora algumas das personagens sejam mais ou menos
previsíveis.
A
juntar a todos estes elementos temos, durante parte do romance, o convívio de
Delia e da sua filha com Ruthann, uma índia americana vizinha da família quando
se tem de mudar por causa do julgamento. Não querendo contar demais, pois
poderão sempre resolver ler o livro, poderei, no entanto, afirmar que este
convívio acaba por se tornar um elemento de interesse e transforma a obra, pois
apresenta as tradições da América original, tornando o livro mais dinâmico.
Não
sendo dos melhores de Jodi, é dos primeiros que ela escreveu e daí a escrita
ainda não ser tão fluida como aquela que apresenta hoje em dia. No entanto,
acaba por ser, como sempre uma história trágica, onde a verdade não está apenas
de um dos lados.
Sinopse: Delia Hopkins foi criada na zona rural de New Hampshire pelo seu pai, viúvo há 30 anos. Tem uma filha pequena, um noivo atraente e uma cadela Bloodhound que a ajuda no seu trabalho – encontrar pessoas desaparecidas. Enquanto trata dos preparativos para o casamento, Delia encontra fotografias antigas de pessoas e lugares de que não se consegue lembrar, embora lhe sejam familiares. Confusa, começa a ter flashbacks de memórias esquecidas de uma vida que não se lembra de ter vivido. Quando começa a interrogar o pai acerca das suas memórias confusas, este é preso por ter raptado a filha aos 4 anos. Andrew confessa ter fugido com Delia (na altura chamada Bethany) e ter começado uma nova vida longe da sua mulher. A vida de Delia fica virada de pernas para o ar. Como é que ela pode recuperar um passado que nunca teve?