sábado, 30 de dezembro de 2017

Duas mulheres, dois destinos de Lesley Pearse

     Opinião:  Lesley Pearse é uma das minhas autoras preferidas. E como tal não podia acabar o ano sem ler a sua mais recente publicação em Portugal. Duas Mulheres, Dois Destinos. De referir que contrariamente ao livro anterior que a Asa publicou este é de 2016, ou seja é uma obra recente desta autora
    Confesso que não foi daqueles livros que li de rajada, até, mais ou menos, um terço. Depois disso só parei no fim. No primeiro terço achei que a autora nos estava a dar demasiadas informações sobre as jovens personagens, conhecimentos esses, que não via qual a pertinência. Erro meu, pois esses esclarecimentos são essenciais para entender os acontecimentos que se seguem.
     O livro não é um dos habituais da autora. Lesley costuma contar a história da vida das suas personagens até mais tarde, mas, a verdade, é que neste livro ficamos pelos vinte anos de ambas as moças, não perdendo, no entanto, a ideia de história de vida.
    Ruby filha de uma prostituta, habitante de um dos piores bairros de Londres, acaba por conhecer Verity menina da classe média, que estuda num colégio particular e tem todas as condições de vida num bairro privilegiado.
    O encontro das duas faz com que se tornem amigas, apesar das diferenças sociais, amizade essa que se vai perlongando no tempo. No entanto a vida acaba por as separar fisicamente, embora as cartas que trocam lhes permita manter a proximidade sentida desde o primeiro encontro.
   Ruby é retirada à mãe, encontrando assim alguma proteção e carinho, e Verity e a família são despojadas dos seus bens por ordem judicial, indo viver numa casa onde o amor é quase uma palavra proibida.
    A vida das raparigas acaba por leva-las, pois, por caminhos diferentes, mas ambos bastante difíceis, a ponto de a separação ser ‘definitiva’. Ou talvez não.
    O romance começa em 1935 e perlonga-se pelos anos seguintes o que nos permite conhecer uma capital londrina devassada pela guerra e pelos bombardeamentos a que o país estava sujeito. Esse combate acentua o afastamento das jovens, pois os meios de transporte eram escassos e complicados, e acentua, também, as necessidades que ambas passam ao viver numa época tão conturbada.
     Como sempre Lesley Pearse constrói um romance de época em que o leitor, para além da história das personagens principais também acompanha a história do mundo e os acontecimentos que podem condicionar a vida de cada um.
Mais uma boa aposta desta autora inglesa, ficando a aguardar as novas publicações dos livros ainda não traduzidos.


    Sinopse: Na primavera de 1935, em Londres, duas jovens observam enquanto a polícia retira o cadáver de um homem de um lago. Elas vêm de mundos completamente diferentes. Ruby é filha de uma prostituta alcoólica e só conhece a pobreza e o abandono. Verity, de boas famílias, vive com todo o conforto que o privilégio garante. Mas, nesse dia, começa entre ambas uma amizade que perdurará ao longo do tempo.
     O destino, porém, não tardará a mostrar quão traiçoeiro pode ser: ao passo que Ruby encontra, por fim, um lar onde é amada e acarinhada, Verity sofre revés atrás de revés, e um terrível segredo do passado ameaça destruí-la. A Grã-Bretanha prepara-se para a guerra, a conjuntura é turbulenta. Apesar disso, ambas continuam presentes na vida uma da outra... até ao dia em que uma delas profere as palavras: “Morreste para mim”.
     Num país dilacerado pela guerra, poderá a amizade sobreviver?
     Duas Mulheres, Dois Destinos é um romance épico que nos fala de lealdade, amor, e da força dos laços de amizade perante as mais duras adversidades. Como sempre, Lesley Pearse não desilude...
 



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