quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Cartas do Pai Natal de J. R. R. Tolkien

     Opinião: Por causa da Maratona Christmas in the books, onde se pedia para ler um livro epistolar, e seguindo a sugestão de uma das responsáveis pela referida Maratona, resolvi ler Cartas do Pai Natal de J. R. R. Tolkien. Este devia ser um dos poucos livros deste autor que eu não li nos meus anos de juventude.
A primeira coisa que me despertou a atenção foi a enorme beleza estética do livro. Trata-se de um livro lindíssimo onde as ilustrações, do próprio autor são uma mais valia para a leitura. Depois temos a reprodução das cartas em si mesmas, onde está presente o universo que conhecemos do Senhor dos Anéis, e de outras obras, mas com a vantagem de serem assinadas pelo Pai Natal e enviadas a crianças.
     As Cartas do Pai Natal são epistolas que Tolkien enviou para os filhos, em cada dezembro, sendo que o destinatário principal vai-se alterando conforme a idade do primeiro vai avançando. Nestas vamos sabendo do trabalho que o velho das barbas brancas tem por esta altura do ano e como se vive atarefadamente no Pólo Norte. São-nos apresentados os amigos que aí habitam e por vezes ajudam São Nicolau com os seus trabalhos. A saber: Bonecos de Neve, Elfos, Ursos das Cavernas, Homem da Lua, sem faltar os duendes e as suas lutas, que, como sabemos, não são as personagens mais simpáticas do universo. A juntar a esta ‘tribo’ o autor das cartas cede, esporadicamente, o seu papel de autor ao Urso Polar ajudante principal, ou talvez não, e responsável pelo bom funcionamento da fábrica, ou talvez não ,e ao Elfo Ilbereth, que tem uma letra fantástica.
    Este livro é, pois, um regresso à infância e à magia do Natal na sua plenitude. Pelo meio, ficam as lições, mais subentendidas que expressas, onde se defende que nem tudo o que as crianças pedem pode ser dado, nem mesmo pelo Pai Natal.
      De referir, a jeito de conclusão que o autor teve quatro filhos (John, Michael, Chris e Priscilla), vivia em Londres e as cartas foram escritas entre 1920 e 1943 ou seja entre as duas guerras. Se este espetro histórico estiver presente durante a leitura podemos considerar este livro ainda mais fantástico, visto que, pelo menos enquanto liam as cartas, estas crianças podiam abstrair-se da cruel realidade e viver a magia do mundo encantado construído pelo pai. Desculpem, pelo Pai Natal.
    Não sendo um livro brilhante é um livro ternurento onde os fans do autor poderão (re)descobrir as referências fantásticas do mundo de Tolkien e, ao mesmo tempo, a magia desta época.

     Sinopse: Em cada Dezembro, os filhos de J. R. R. Tolkien recebiam um envelope com um selo do Pólo Norte. Lá dentro, estava uma carta numa estranha letra aracnóide e um desenho belamente colorido.
As cartas eram do Pai Natal.
     Elas contavam maravilhosas histórias da vida no Pólo Norte: desde a forma como o Pai Natal preparava os brinquedos às travessuras com que o seu Urso Polar o atrasava, desde os amigos que frequentavam a sua casa (Bonecos de Neve, Elfos, Ursos das Cavernas e um Homem da Lua) até às batalhas com os maléficos duendes que ameaçavam a saída do mais famoso trenó.
     Por vezes também o Urso Polar rabiscava alguma nota, ou então era o Elfo Ilbereth que escrevia na sua elegante letra floreada, acrescentando ainda mais vida e humor às histórias.
     Este volume reúne as cartas e os desenhos com que a imaginação de Tolkien fecundou a dos filhos. Nenhum leitor, criança ou adulto, deixará de ficar encantado com a inventividade e a «autenticidade» destas Cartas do Pai Natal.
     J. R. R. Tolkien nasceu em 3 de Janeiro de 1892. Para além de uma longa e distinguida carreira académica, tornou-se mais conhecido pelas suas extraordinárias obras de ficção: O Hobbit, O Senhor dos Anéis e Silmarillion, para além de outras histórias e ensaios. Os seus livros estão traduzidos em mais de 40 línguas e venderam vários milhões de exemplares por todo o mundo. Tolkien morreu em 1973 com 81 anos.







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