segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Até os mares serem desertos de Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brochway

     Opinião:Qualquer livro que tenha o nome de Julia Quinn na capa vai despertar a minha atenção e este Até os mares serem desertos não foi exceção. No entanto, e devido à minha mania de não ler a contracapa, achei que se tratava de um livro de contos, pois aparecem em coautoria mais dois nomes, um dos quais, Eloisa James, reconheço de livros que tem escrito em nome individual.
     Nada mais falso. Este é um romance dividido em três partes, três casais, em que cada parte é escrita por uma autora. Este acaba por não ser um livro escrito a seis mãos, pois nós sabemos exatamente quem escreveu que parte. Assim sendo, temos uma sequência temporal, dividida em três partes com responsabilidades autorais diferentes e centrada em três casais.
     Um aristocrata falido das Terras Altas da Escócia acaba por raptar quatro donzelas de um baile local, com o intuito de casar, com duas delas, os seus sobrinhos e herdeiros. No entanto na fuga acaba por roubar também a carruagem de Lord Bretton, com o referido nobre no seu interior. Para agravar a situação uma tempestade de neve torna as estradas intransitáveis o que faz com que as donzelas só possam ser salvas três dias depois.  E três dias é muito tempo e muita coisa pode acontecer.
     O interessante é que o livro está equilibrado, embora existam sempre características de escrita que nos levam a identificar a autora, se não tivessem nomeadas. Na verdade, se não me admirei da cadencia narrativa das autoras que já conhecia, Connie Brochway, a ilustre desconhecida do trio, foi uma agradável surpresa, pois consegue manter uma narrativa interessante, coerente, conseguindo mesmo transformar uma personagem até então descrita como alguém introspetivo, numa personagem dinâmica e com caraterísticas que se revelam a quando da sua parte. Não existe, pois, um hiato de qualidade textual entre as autoras, mas sim uma homogeneização.
     Quanto ao espaço o romance passa-se todo no mesmo castelo isolado, mas as autoras vão-nos dando espaços diferentes o que nos permite ter uma ideia plena dos castros daquele tempo. Um local que poderia ser exíguo, ou mesmo monótono, pois é sempre o mesmo, acaba por se tornar complementar da caraterização das personagens, e perfeitamente adequado às mesmas. O tempo são os três dias de nevão, divididos pelas suas respetivas partes: manhã, tarde e noite.
Este é pois um romance bastante interessantes, de leitura fácil, que recomendo, para quem gosta deste género, sem hesitação.


     Sinopse: Taran Ferguson, aristocrata arruinado, está cansado de esperar que os seus dois sobrinhos assegurem a linhagem de família através do matrimónio. Perante a passividade dos jovens, resolve tomar medidas (no mínimo) drásticas: invade o baile de um lorde com o objetivo de raptar três potenciais noivas. Mas a situação complica-se quando, inadvertidamente, rapta uma noiva a mais. Entre as eleitas encontram-se agora uma jovem lindíssima, uma herdeira de reputação ligeiramente duvidosa, uma beldade inglesa e uma incauta donzela sem nome e sem fortuna...
     E no regresso a casa a situação complica-se ainda mais. Taran não só terá de lidar com a ira de Lord Bretton, que por azar se encontrava no lugar errado à hora errada, como com o forte nevão que os encurrala a todos no decrépito castelo. À medida que as horas vão dando lugar a dias, a tentação vai insinuar-se entre o insólito grupo. Quem entre eles irá ceder?
     Escrito em conjunto por três das mais talentosas escritoras da literatura romântica contemporânea , Até os Mares Serem Desertos é uma combinação harmoniosa de talento e emoção. Um romance original, refrescante e pleno de magia!



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