segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A mulher do juiz de Ann O'Loughlin

    Opinião:  Ann O’Loughlin é uma escritora que a Asa apresenta com este livro A mulher do juiz. Sabendo que o livro estava proposto para o prémio Romantic Novelists’ Association Awards deste ano na categoria de romance épico achei que tinha de o ler. E ainda bem que o fiz.
    O livro conta a história de Grace, mulher do juiz, cuja vida acaba por se desenrolar de forma trágica devido à intervenção de uma tia maléfica, que a tinha criado, após a morte dos pais. Contado a partir de três locais diferentes e dois tempos distintos, o romance vai-nos dando em simultâneo a história do passado de Grace, do presente de Emma (sua filha) e do presente de Vikram, o médico indiano por quem Grace se terá apaixonado, no passado.
     O livro começa na atualidade com Emma que acaba de perder o seu pai, o juiz. Emma está de regressar à casa de família, de onde se tinha ausentado para casar e para se libertar da opressão aí vivida. Neste momento, a jovem vai, ao tomar posse da casa de família, descobrir segredos que a vão levar ao passado de sua mãe, para ela, morta a quando do seu nascimento.
Se o ponto de partida é quase corriqueiro a forma como a autora dá voltas e reviravoltas à história, faz-nos ficar presos a ela sem queremos parar a leitura para, assim, sabermos o que realmente se passou.
     No que respeita às personagens a sua construção e descrição está muitíssimo bem-feita. Havendo personagens de Dublin e indianas as diferenças culturais são visíveis através da forma como elas interagem e da forma como analisam as situações, que, em muitos instantes, são as mesmas. Os espaços sociais também estão bastante bem-apresentados e passando-se em tempos diferentes (1954, 1960, 1984), também as alterações sociais ficam bem patentes, inclusive no comportamento das personagens, que evoluíram ao longo do tempo.
     Quanto a mim o livro só peca no final. Embora tenha alguns aspetos surpreendentes, apesar de que na essência é previsível, torna-se algo confuso, pois é tudo decido de forma muito rápida, o que não era necessário num livro que não é muito grande (299 páginas). De qualquer forma é um livro muito bom de ler e daqueles cuja autora irei seguir em próxima publicações. 



     Sinopse: Recém-chegada a Dublin após a morte do pai, um juiz duro e distante que nunca a acarinhou, Emma tem agora pela frente a tarefa de organizar os seus pertences e encerrar esse capítulo da sua vida. Está longe de imaginar que, entre livros e documentos poeirentos, vai encontrar o diário de Grace, a mãe que nunca conheceu. Ávida por informações sobre a mulher cuja ausência a marcou desde a infância, Emma vai juntando as peças da sua vida secreta: um amor proibido com um médico indiano; um terrível escândalo, abafado com a conivência de uma tia-avó; diversas vidas destroçadas por uma simples assinatura num papel... A pouco e pouco, a jovem descobre uma história que abarca várias décadas e continentes, desenterra segredos e - com alguma sorte - poderá ainda alterar o rumo da sua própria vida.


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